BRASÍLIA – Sorridente, descontraído para a ocasião e bem-humorado com a imprensa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se esquivou de avaliar seu próprio desempenho no interrogatório prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério Público no plenário da Primeira Turma da Corte, nesta terça-feira (10).
Em conversa com a reportagem de O TEMPO em Brasília no intervalo da sessão, o ex-presidente, que é réu no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após as eleições de 2022, evitou fazer uma análise mais direta sobre o que falou ao ministro Alexandre de Moraes em depoimento.
“Olha só: quem tem que avaliar são eles. Eles que têm que provar que sou culpado, não eu que sou inocente”, enquanto seus próprios advogados tentavam demovê-lo de dar declarações à imprensa, ato em vão já que Bolsonaro circulou pelo plenário da Primeira Turma do Supremo e se mostrava disponível nas abordagens de jornalistas que faziam a cobertura das audiências.
“Como é que eu vou falar se eu sou um cara bonito ou não, cara?!”. Ao lado dele, estava Demóstenes Torres, ex-senador e advogado do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. “Depois desse depoimento é lindo”, emendou o defensor do almirante.
Walter Braga Netto deve encerrar interrogatórios ainda nesta terça
Jair Bolsonaro foi o sexto réu do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil a depor no STF. Ao todo, oito denunciados pela PGR são investigados por integrar o chamado “núcleo crucial” da trama golpista arquitetada em 2022.
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Oliveira foi o sétimo interrogado, sendo sucedido, ainda na sessão desta terça-feira, pelo general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto. Por estar preso desde dezembro de 2024 em uma base militar do Rio de Janeiro, ele depõe por meio de videoconferência.